O primeiro vilarejo que deu origem a Barão do Monte Alto foi fundado em 1885 com o nome de Morro Alto. Tudo começou com as fazendas de café que cercavam todos os limites. Como muitas destas fazendas ficavam distantes umas das outras, seus ricos proprietários decidiram criar pequenos centros para o comércio de café e escravos. Foi assim que surgiram além de Morro Alto, os povoados de Silveira Carvalho e Cachoeira Alegre, hoje distritos de Barão do Monte Alto.
A Vila de Morro Alto, a maior de todas, teve origem no antigo povoado de Morro Alto Velho (atual bairro Arraial Velho), onde se construiu uma capela, um cemitério e uma casa de comércio de secos e molhados. No final do século IX começaram as obras para passagem da Estrada de Ferro Leopoldina e também a construção da Estação Ferroviária, localizada na área central da cidade de Barão do Monte Alto. Ainda nessa época foram construídas as estaçãoes na Vila de Silveira Carvalho e na fazenda Banco Verde. Com a estrada de ferro, Morro Alto viveu o auge de sua economia. Começou então a migração de pessoas de diferentes lugares, inclusive de estrangeiros.
A construção de uma vila com sobrados e casas de comércio começou com as atividades da ferrovia. O contingente migratório cresceu devido à abolição da escravatura, que causou escassez de mão-de-obra para o cultivo de sua principal fonte de riqueza: o café.
Entre 1919 e 1930, imigrantes estrangeiros descobriram Morro Alto e vieram aqui se instalara. A maioria era de portugueses - como os Abreu, Moreira, Duarte, Barbosa, Pereira, Rodrigues, Almeida e Rocha, entre outros -, e também italianos - como Schitini, Lamolha, Faraco, Meloni, Cumani, Arquetti, Furlani, Mantovani, Nery e Vardiero - e sírio-libaneses, como os Marcos, Cheker e David. Os imigrantes trabalhavam em setores como agricultura e metalurgia. Muitos se tornaram pessoas ilustres.
Com a queda da Bolsa de Nova York em 1929, os grandes fazendeiros de café empobreceram e muitos venderam seus bens repentinamente. Com isso, vários imigrantes que não dependiam da agricultura se tornaram fazendeiros e pequenos proprietários de terras.
A história política da cidade começou com o Decreto Lei n°. 5.394, de 31 de agosto de 1920, que criou o distrito de Morro Alto. O distrito foi criado devido à grande organização de diferentes políticos locais - mas sem dúvida o mais poderoso e conhecido foi o farmacêutico Arthur Duarte. Ele foi vereador, juiz de paz e uma espécie de administrador distrital. Era ele quem comandava a política, a polícia e os recursos destinados a Morro Alto.
Entre 1945 e 1940, Othônio Antunes organizou uma pequena comissão pela emancipação politíco-admistrativa do município de Palma. Enquanto Arthur Duarte administrava Morro Alto, Othônio e seus companheiros davam sinal de conquista. No dia 12 de outubro de 1958, foi entregue por Othônio Antunes ao então governador do Estado de Minas Gerais, Francisco Bias Fortes, o projeto de emancipação. Foi apresentado na Câmara Municipal de Palma o projeto de desmembramento e emancipação dos distritos de Silveira Carvalho, Morro Alto e Cachoeira Alegre. O projeto foi aprovado por unanimidade com cinco votos em 20 de outubro de 1958. Em 31 de dezembro de 1962, a Lei 2.764 cria o município de Barão do Monte Alto, tendo três distritos: Barão do Monte Alto (sede), Cachoeira Alegre e Silveira Carvalho.
Em 1º de março de 1963, o município de Barão do Monte Alto foi transferido e instalado, dando sede a foros de cidade. Inicialmente, José de Oliveira Carvalho foi nomeado intendente até 31 de agosto de 1963, quando foi empossado o primeiro prefeito, Eliezer Olivier de Paula, e o vice Odilon da Silva Carvalho, além de nove vereadores.
Francisco Alves da Silva Pereira, o Barão do Monte Alto
Francisco Alves da Silva Pereira, o Barão de Monte Alto, nasceu em Vargem Grande no ano de 1832. A localidade, na época, era distrito de Juiz de Fora, e que depois de emancipado tornou-se a cidade de Belmiro Braga. Cedo ele mudou-se para Miracema e em seguida para a região de Muriaé. Era descendente de uma tradicional família portuguesa da Ilha das Três Marias, vinda para o Brasil no século XVIII. Filho de Antônio Pereira e Dona Theodora, era irmão do Barão do Alto Muriaé - Antônio Theodoro da Silva. Tinha mais três irmãs: Mariana, Prudenciana e Anna Pereira, mãe do Coronel Tibúrcio. Tinha um outro irmão do primeiro casamento de seu pai: José Alves Pereira, casado com Rita Guimarães, sobrinha do Visconde do Rio Preto.
O Barão do Monte Alto era casado com Dona Antônia Joaquina de Assis Alves, com quem teve dois filhos. O primeiro faleceu ainda menino. O segundo era Francisco Alves de Assis Pereira que foi prefeito de Muriaé de 1936 a 1939 e apoiou Getúlio Vargas na revolução de 1930. Era dono de vasta gleba de terras nesta região, por ele colonizada e cultivada com extensas lavouras de café, que exportava em tropas de burro para o porto de São Fidelis, no Rio Paraíba do Sul. De lá, o café seguia via fluvial e marítima para o Rio de Janeiro, onde o Barão tinha uma firma que exportava sua produção para os Estados Unidos e Europa.
Na política era homem de grande importância. Nas atas de reuniões da Câmara dos Vereadores dos anos de 1871 e 1885 encontramos o nome do “Alferes Francisco Alves da Silva Pereira” que nos leva a concluir que ele foi vereador por pelo menos duas vezes e que seguiu carreira militar.
Das mãos do Imperador Dom Pedro II recebeu o título de Barão, cujo documento contém o seguinte texto: "Querendo distinguir e honrar Francisco Alves da Silva Pereira, hei por bem fazer-lhe mercê do título de Barão de Monte Alto. Palácio do Rio de Janeiro, em vinte e cinco de setembro de mil oitocentos e oitenta e nove, sexagésimo oitavo da Independência do Império."
O Barão de Monte Alto faleceu em 1902 na Fazenda Santa Rosa, em Morro Alto, então distrito de Palma. Está enterrado no cemitério de Cachoeira Alegre, distrito da cidade que leva o seu nome.